SAÚDE: Mão-pé-boca já tem 646 casos confirmados em Goiás
Desde o início do ano, a Secretaria Estadual de Saúde vem monitorando possíveis surtos de mão-pé-boca, uma doença que por vezes é silenciosa, mas quando atenuada, apresenta sinais como feridas nas mãos e pés, e aftas bucais.
Dona de casa, Vanessa Marques demorou a perceber a presença do vírus no filho Heitor, que repentinamente teve o apetite reduzido. “A gente levou ele no pediatra e ele avaliou. Começou pela boca as bolhas pelo lado de fora, e por dentro tinham muitas aftas na boca todinha”, disse.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença é causada pelo vírus Coxsackie, pertence a uma família de enterovírus presente no trato gastrointestinal e pode se espalhar por meio de contato com pessoas infectadas, seja por pele, unhas, olhos, vias respiratórias e atingir órgãos e estruturas do corpo, com o coração, garganta, bexiga, pâncreas, fígado, cérebro e meninges.
Entre os sintomas mais comuns da doença estão febres repentinas que podem durar até quatro dias, dores de cabeça, dores no corpo, náuseas e redução do apetite.
Em Goiás, a SES já registrou 56 surtos da doença em pelo menos 14 cidades. Já contabilizou 646 casos, sendo que Aparecida de Goiânia é a cidade que mais concentra pessoas doentes, são 288 notificações. A capital, Goiânia, soma 130 casos. Os demais municípios atingidos são: Santo Antônio da Barra (64), Mundo Novo (40), Silvânia (37), Pires do Rio (23), Ouvidor (13), Cumari (11), Corumbaíba (11), Caldas Novas (10), Cezarina (6), Jesúpolis (5), Carmo do Rio Verde (5) e Barro Alto (3).
Os surtos de mão-pé-boca representam um problema para a educação das crianças, visto que muitos pais já estão deixando de enviar os filhos para creches, Centros Municipais de Educação Infantil e escolas. Para a saúde pública, a preocupação é com a busca por ajuda em Unidades de Pronto Atendimento, hospitais e postos de saúde.
Médica pediatra, Lorena Diniz disse que a atenção com as crianças deve ser redobrada. “Não existe vacina para combater a síndrome mão-pé-boca, provocada pelo Coxsackie.” salientou.
Vários especialistas defendem que a forma mais eficaz de enfrentar esse problema é melhorar a higiene pessoal. E concordo com esta estratégia, amplamente usada para prevenir outras doenças virais. É preciso que os pais mudem seu comportamento para dar o exemplo e ensinem os filhos a lavar as mãos, por exemplo, e sempre que aparecerem os sintomas adotarem o uso de máscaras, uma vez que o Coxsackie também pode ser transmitido por vias respiratórias, através de aerossóis liberados no ar.