De olho na Balança: A obesidade atinge mais da metade da população de Goiás

De olho na Balança: A obesidade atinge mais da metade da população de Goiás

Levantamento foi feito pelo vigitel, sistema do Ministério da Saúde que realiza
contatos por telefone


Basta um tempinho livre e a proximidade com a cozinha que logo
começamos a beliscar alimentos, parte desse processo estimulado pela ansiedade.
Na lista dos preferidos estão os industrializados, como bolachas, biscoitos, doces,
balinhas, chicletes, e a meu ver um dos piores: o refrigerante.
O consumo excessivo desses alimentos ainda que apresentem menor
volume, a longo prazo, fornecem grande quantidade de energia para o nosso
organismo. Aliado ao sedentarismo, tornam-se potenciais desenvolvedores do
sobrepeso. Condição fisiológica esta que não traz benefício algum para o nosso
organismo.

Recentemente, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou resultados de um
inquérito de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não
transmissíveis, o Vigitel, que ouviu mais de 5 mil pessoas e apurou que em Goiás
57,3% da população está acima do peso. Parte desse número já era previsto e teve
como influência a pandemia da covid-19 (que começou em março de 2020 e ainda
não teve o fim decretado no Brasil), período em que muitas pessoas ficaram ociosas
em casa e encontraram na alimentação uma forma de aliviar o estresse.
O acúmulo de energia fornecida pelos alimentos, associado a falta de
atividades físicas, faz com que o corpo forme uma reserva. O que é absolutamente
normal, porém, quando isso acontece de forma desordenada e descontrolada, o
resultado é o aumento do peso, e por consequência o desenvolvimento de outras
doenças crônicas não transmissíveis como o diabetes e a pressão alta (que aparece
na pesquisa presente em 22,6% da população).


Este mesmo estudo, feito entre janeiro e abril de 2022, mostrou ainda que
tem sido grande o uso de tabaco e outras substâncias, como narguilé e cigarros
eletrônicos, todos nocivos para a saúde, em principalmente para os pulmões (tão
prejudicados por doenças respiratórias).


A novidade neste levantamento é que agora as autoridades sanitárias têm
um panorama da saúde da população, pode desenvolver estratégias e onde devem
focar as campanhas e ações para reduzir os impactos no atendimento público.
Ao mesmo tempo, a pesquisa faz um alerta para a população para a
necessidade de uma mudança no estilo de vida, em que se possa alcançar a saúde
e a longevidade. E um dos caminhos mais viáveis apresentados é a prevenção, que
começa pela educação em saúde e nutrição.


Percebo que a população tem grande conhecimento sobre a importância dos
alimentos, mas falta a orientação para as quantidades e principalmente a qualidade
do que se está colocando à mesa. Esses dois aspectos são fundamentais, pois sem
a quantidade suficiente o corpo não alcançará saciedade, e sem a qualidade o

organismo não receberá os nutrientes essenciais para a manutenção de células e
tecidos musculares, por exemplo.
Não é de hoje que os consumos de sal e açúcar dos brasileiros estão entre
os maiores do mundo. Tanto que a Organização Mundial da Saúde e o Ministério da
Saúde estabeleceram parâmetros para a ingestão correta dessas substâncias que
podem sim serem comparadas a drogas, pois também geram dependência.
Numa dieta com aproximadamente 2.000 calorias, o ideal é que se consuma
no máximo 10% de açúcares, o que corresponde a 50 gramas por dia. Já o sal não
pode ultrapassar 5 gramas por dia.
Além de se atentar a essas pequenas quantidades, também sugiro que você,
caro leitor (a), observe mais os rótulos dos produtos que você seleciona no mercado
e coloca no carrinho. Evite comprar alimentos com grande quantidade de
ingredientes, principalmente aqueles cujos quais você não conhece. E sempre que
possível, desembale menos e descasque mais (sim, estou falando das frutas).
Dê preferência para alimentos in natura ou minimamente processados e use
a criatividade para produzir as refeições. E se ainda assim você tiver dúvidas,
consulte um nutricionista, para que faça a sua avaliação nutricional e ajude a
encontrar um caminho viável para a sua saúde, respeitando a sua individualidade e
também o seu bolso.

Saúde em pauta, com Renato ViOli

É jornalista, atua em TV, rádio e escrita desde 2011. É nutricionista, pós-graduando em nutrição clínica e esportiva, possui formação em modulação intestinal. Siga nas redes sociais: @renatoviolinutri | @institutovioli | Ou mande um WhatsApp (62) 98558-0084

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